Saúde
Em virtude do seu papel crucial na promoção e manutenção da saúde da população e no desenvolvimento económico, o setor da saúde é sempre um dos mais importantes para qualquer país, e Portugal, naturalmente, não é exceção, contando com um sistema de cuidados de saúde de qualidade, considerado um dos melhores da Europa e do mundo, apesar de uma despesa per capita com saúde inferior à média da UE.
Em 2020, Portugal apresentava uma esperança média de vida superior e uma mortalidade por causas evitáveis e tratáveis inferior à média da UE.
Surgidos durante a Idade Média, nos primeiros anos de existência do país, os primeiros hospitais portugueses eram estruturas associadas a entidades religiosas, que prestavam cuidados essencialmente caritativos aos doentes e outros carenciados. No entanto, podemos afirmar que o sistema de saúde português começou a tomar forma apenas a partir do século XV, com a criação das Misericórdias, dedicadas a melhorar a qualidade de vida da população, e do século XVI, mais concretamente do reinado de D. Manuel I, que foi pioneiro ao tornar as questões de saúde e assistência à população em questões governativas, com vista a promover o aumento da população do país, que então se estava a converter num império que se estendia por vários continentes.
Após séculos de um sistema de saúde periclitante, o sistema nacional de saúde surge em Portugal nos seus moldes modernos no final do século XIX e início do século XX, com a criação dos primeiros hospitais públicos e das primeiras iniciativas de promoção da saúde pública. Desde então, o setor da saúde no nosso país tem vindo a desenvolver-se significativamente, apesar de nem sempre de forma livre de contestação. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2019, a despesa total em saúde em Portugal foi de cerca de 18,7 mil milhões de euros, correspondendo a cerca de 9,5% do PIB.
Portugal conta com um sistema de saúde público capaz de oferecer cuidados de saúde acessíveis e de qualidade à população em geral. A política nacional de saúde portuguesa é definida e gerida pelo Ministério da Saúde, sendo o Serviço Nacional de Saúde (SNS) o pilar incontornável da saúde pública no nosso país, abrangendo áreas que vão da promoção da saúde e prevenção de doenças ao diagnóstico, tratamento e reabilitação, o que se traduz em serviços médicos e hospitalares a preços acessíveis ou gratuitos à população. O sistema é financiado por impostos e contribuições da Segurança Social, garantindo assim que todos tenham acesso aos cuidados de saúde de que necessitam.
Também o setor privado possui um papel importante em Portugal, com uma oferta abrangente e completa de serviços de saúde complementares aos do SNS, relativamente ao qual proporciona, em muitos casos, opções de atendimento de alta qualidade, com maior rapidez de acesso, a que se junta o seu papel de relevo na criação de emprego e captação de investimento estrangeiro para o país.
São exemplo do sucesso do setor da saúde em Portugal empresas de referência como a Glintt, a Bial e a Bluepharma, dedicadas à produção e comercialização de medicamentos, equipamento médico e tecnologias de saúde, ou a CUF, a Luz Saúde e a José de Mello Saúde, os maiores grupos hospitalares privados em Portugal. Já entre as maiores seguradoras do ramo saúde, encontramos a Multicare, a Médis e a AdvanceCare, que oferecem planos de saúde com cobertura nacional e internacional.
Apesar dos desafios cada vez mais complexos que a saúde como um todo enfrenta, tanto em Portugal como na generalidade dos países, a verdade é que os indicadores globais neste aspeto apresentam valores que seriam inimagináveis até há algumas décadas atrás e prometem continuar a melhorar a par do progresso humano.