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Fashion em Portugal

Fashion

Algo em que o observador certamente não deixará de reparar, se estiver um pouco atento ao ambiente que o rodeia quando circula pelos maiores centros comerciais do país, pontos fulcrais da venda em espaço físico, é que existe uma inegável uniformidade em termos de lojas e marcas.

Tal como acontece com os hipermercados das nossas cidades, que pertencem, na sua vasta maioria, a meia dúzia de grupos empresariais, também as mais relevantes lojas de vestuário e acessórios dos nossos centros comerciais, mais relevantes no sentido de serem as maiores, mais visitadas e com mais vendas, embora aparentemente um pouco mais variadas, também acabam por pertencer todas a um punhado de key players.

Aqui, a fast fashion, ou moda rápida, impera. Falamos de um modelo que assenta na produção rápida e contínua de novidades, colocadas no mercado a preços baixos e promovidas por grandes campanhas de marketing, apelando assim a um consumo e a um descarte também rápidos.

Neste modelo, a empresa fatura e o consumidor aprecia poder desfrutar de vestuário sempre novo e na moda, dado que os modelos de fast fashion se inspiram nas últimas criações dos grandes estilistas.

Naturalmente, esta realidade não é só vantagens. Em contraponto, a qualidade das peças de moda rápida tem tendência para ser menor, o que é mitigado na consciência imediata do consumidor pelo facto de, como dissemos antes, os modelos mudarem rapidamente e serem baratos. Por outro lado, a produção de tamanhas quantidades de vestuário possui também um grande impacto social e sobre o ambiente.

 

Marcas em Portugal

Em Portugal, ocupam posição preponderante as lojas da espanhola Inditex, a maior retalhista do mundo em vestuário, em particular através das suas marcas Zara, Bershka, Pull&Bear e Stradivarius, por esta ordem.

Outro nome de enorme relevo no retalho têxtil em Portugal é a SONAE, um grupo enormemente implantado na vida dos portugueses, com marcas que vão dos hipermercados Continente às comunicações da NOS, e que aparece no top 3 nacional deste segmento com as suas marcas MO, antiga Modalfa, e Salsa.

Moda

Perto do topo em matéria de popularidade, encontramos a multinacional sueca H&M, a segunda maior retalhista de moda do mundo em vendas, quase omnipresentes nos nossos shoppings, e a espanhola Mango. Também de relevo são as presenças da C&A, Primark e United Colors of Benetton, todas elas gigantes globais, bem como as das marcas da Tendam, que incluem nomes como Cortefiel, Springfield e Women'Secret.

 

Lojas de Desporto

Uma fatia importante em termos de retalho de vestuário e acessórios pertence à das marcas de lojas de desporto, onde o destaque vai para duas marcas, também elas pertencentes a grandes grupos financeiros:

  • a Decathlon (grupo Oxylane), o maior retalhista de artigos de desporto do mundo.
  • a Sport Zone, que, em conjunto com outros três grandes nomes mundiais.
  • JD, a Sprinter e a Size? constituem o Iberian Sports Retail Group (ISRG), o segundo maior retalhista da Península Ibérica no setor desportivo.

Basta olharmos de relance para este panorama, que aqui surge necessariamente resumido, para percebermos que a competição neste tão importante segmento só podia ser enorme. Não pensemos que o mundo do vestuário “popular” é uniforme: muito pelo contrário, todas estas grandes marcas procuram incessantemente diferenciar-se, produzindo e vendendo cada vez melhor e de forma cada vez mais única, mais que para salvaguardarem as suas identidades e espaços no mercado, para tentarem conquistar o mais possível à concorrência.

Isto faz com que a oferta seja fortemente texturada. Por exemplo:

  • a Primark prima pelos preços imbatíveis em básicos de qualidade consistente.
  • enquanto a Zara e a Benetton procuram apelar por uma maior sofisticação, com a incorporação pontual de materiais mais nobres nas suas peças e melhor acabamento.
  • a H&M, por exemplo, procura a diferenciação a nível de estilo, o que é perfeitamente ilustrado pelas suas colaborações especiais com designers de renome.

É evidente que o tempo dos shoppings independentes, com miríades de lojas diferentes, comparativamente mais pequenas e carregadas de marcas que não possuíam necessariamente um mesmo dono, não deverá voltar. E também é certo que, em Portugal e no mundo, as marcas de referência, aquelas onde as tendências nascem, por mais populares que sejam no imaginário das pessoas, pouco mais são que residuais em termos de vendas.

A juntar a isto, temos de pesar o caminho da sustentabilidade procurado pelas grandes retalhistas, que são também grandes a todos os níveis das suas cadeias de abastecimento: estão na ordem do dia temas como a reciclagem de vestuário e a sua real eficácia, as tentativas de algumas marcas de melhorar as condições dos seus trabalhadores versus o argumento do “comprar consciência”… até a notícia recente de que, mau grado os grandes descontos online, as vendas caíram com a pandemia de COVID-19 e há marcas que planeiam vender boa parte das suas coleções de 2020 em 2021.

Será interessante ver como as coisas evoluem.