Redução dos Postos Públicos de Comunicação
As cabines telefónicas em Portugal são um símbolo icônico de uma era pré-digital, quando a comunicação à distância dependia quase exclusivamente do telefone fixo. A história dessas cabines reflete as mudanças sociais e tecnológicas do país ao longo de várias décadas.
História das Cabines Telefónicas em Portugal
As primeiras cabines telefónicas foram instaladas em Portugal na década de 1930. Inicialmente, eram estruturas simples, sem portas, geralmente pintadas de vermelho, inspiradas nas cabines britânicas.
Com o passar do tempo, o design evoluiu, tornando-se mais robusto e com o característico vidro transparente que permitia ver o interior. As cabines tornaram-se um elemento comum nas ruas das cidades portuguesas, especialmente em Lisboa e no Porto, assim como em vilas e aldeias.
Uso e Importância
Durante muitas décadas, as cabines telefónicas foram essenciais para a comunicação pública. Elas permitiam que as pessoas fizessem chamadas locais e internacionais a partir de locais públicos, o que era especialmente importante em uma época em que o telefone fixo não estava presente em todas as residências.
Eram particularmente populares entre os turistas e entre aqueles que precisavam fazer chamadas urgentes ou que não tinham acesso a um telefone em casa.
Declínio e Eliminação
Com o avanço da tecnologia e a popularização dos telefones móveis a partir da década de 1990, o uso das cabines telefónicas começou a declinar. O número de cabines em Portugal começou a reduzir-se drasticamente a partir dos anos 2000.
As operadoras de telecomunicações começaram a desmantelar muitas destas cabines devido ao seu desuso e aos custos de manutenção.
Em 2014, a PT Comunicações (agora Altice Portugal), responsável pela manutenção das cabines, anunciou que iria desativar grande parte das cabines restantes, mantendo apenas aquelas que ainda apresentavam algum uso ou que estavam localizadas em áreas estratégicas. O processo de remoção das cabines continuou nos anos subsequentes.
A Redução dos Postos Públicos de Comunicação
Esta redução não se limitou às cabines telefónicas. Os postos públicos de comunicação, que incluíam cabines telefónicas e outros pontos de acesso ao telefone, também sofreram uma redução significativa.
Com o aumento da cobertura das redes móveis e a acessibilidade dos telemóveis, a necessidade de tais postos diminuiu quase a zero. Nos últimos anos, as cabines restantes tornaram-se mais uma curiosidade histórica e um símbolo nostálgico do passado do que uma necessidade prática.
Estado Atual
Hoje, poucas cabines telefónicas permanecem em Portugal, e muitas das que restam foram desativadas. Algumas foram reaproveitadas para outros fins, como pontos de acesso à internet ou transformadas em mini bibliotecas, numa tentativa de preservar parte deste património cultural. No entanto, a função original de comunicação das cabines telefónicas, tal como eram conhecidas, praticamente desapareceu.
A eliminação das cabines telefónicas em Portugal simboliza o fim de uma era e a transformação radical dos meios de comunicação no país. O que outrora foi um elemento indispensável do espaço urbano e rural português tornou-se, com o passar do tempo, uma relíquia de uma época em que as ligações dependiam de fios e não de ondas.
Conclusão
As cabines telefónicas em Portugal são agora uma memória da evolução das telecomunicações no país.
A sua redução e eventual eliminação destacam a rapidez com que a tecnologia avança e como molda a maneira como nos comunicamos. Apesar de sua retirada, as cabines telefónicas permanecerão na memória coletiva como um marco da comunicação no século XX em Portugal.